Ces 2005 – o show continua – deGerencia.com

Ces 2005 – o show continua

Realizou-se recentemente em Las Vegas, a edição 2005 da Consumer Electronics Show (CES), que desde 2001 tomou da Comdex o titulo de maior feira de eletrônica do mundo. Apesar das palestras de Bill Gates, Craig Barrett e Carly Fiorina, chefões respectivamente da Microsoft, Intel e HP, empresas voltadas para Tecnologia da Informação, as novidades anunciadas pelos mais de dois mil expositores estão quase todas voltadas para o entretenimento: televisores de alta definição, equipamento de áudio, videogames e similares. A tônica foi a convergência: o computador integrando tudo isso para criar “centrais de entretenimento”.

A primeira edição da feira aconteceu em Nova York em 1967, com 200 expositores e um público de 17.500 pessoas. Neste ano os expositores foram cerca de 2.500, não apenas os gigantes da área, mas também pequenas empresas que buscam um lugar ao sol. Foram visitados por cerca de 130.000 pessoas, cabendo lembrar que apesar da feira levar a palavra “consumer” no nome, ela não é aberta ao consumidor final, apenas a convidados dos expositores.

Em suas primeiras edições a feira exibia praticamente apenas aparelhos de TV e áudio, numa época em que áudio significava somente toca-discos e rádios. À medida que a tecnologia se sofisticava, a CES foi se tornando uma vitrine para novos produtos: nela foram lançados o videocassete (1970), o CD player (1980), o DVD (1996) etc. Mas não apenas a tecnologia se sofisticou, a própria feira foi evoluindo: para esta edição, a Motorola contratou profissionais de snowboarding, que descendo uma rampa de 50 metros coberta de neve artificial, exibiram uma linha de roupas que entre outras peças, tem capacetes e jaquetas contendo microfones e alto-falantes que podem ser conectados sem fio a telefones celulares e a music players. Ainda no lado “espetáculo” do evento, Rod Stewart apresentou-se para 4 mil convidados de um dos expositores; consta também que um deles tentou trazer para a feira alguns tigres, idéia vetada pelos organizadores.

De interesse mais imediato do consumidor doméstico, viu-se o lançamento pela Samsung de uma TV com tela de plasma de 102 polegadas – o jornal Wahington Post perguntou aos leitores de sua edição on-line qual seria a primeira coisa que iriam ver caso fossem à feira, e cerca de 72% disseram que seria essa TV.

A Apple foi a grande ausente, mas o sucesso que seu walkman iPod vem fazendo está motivando seus concorrentes, que na feira apresentaram diversos equipamentos similares; um deles, o iRiver, do tamanho de um maço de cigarros pode armazenar dez mil músicas e reproduzir filmes, conectando-se à TV caso o usuário deseje vê-los numa tela maior. Celulares com telas de alta definição, que permitirão assistir TV foram outra novidade. Além dessas, algumas quinquilharias realmente exóticas, como óculos que permitem a reprodução de vídeo em uma das “lentes” enquanto o usuário tem o outro olho livre para ver o que acontece ao redor, uma cadeira que vibra ao ritmo do filme que o usuário está assistindo na TV, etc.

Mas este lado do evento não é o mais importante: executivos e empresários fecharam negócios com seus clientes e fornecedores, discutiram possíveis alianças, etc. Em termos de alianças, a mais espetacular foi anunciada por Bill Gates: o consórcio “Windows Media PlaysForSure”, reunindo software Microsoft, conteúdo Discovery e MTV, tocadores de mídia Samsung, gravadores TiVo e computadores HP especialmente desenvolvidos para processar tudo isso.

A feira serviu também de palco para mais uma batalha envolvendo padrões (e conseqüentemente bilhões): está surgindo uma nova geração de DVDs de alta definição e há dois grupos lutando para impor seu padrão: um deles é liderado pela Sony, propondo sua tecnologia Blu-ray e o outro capitaneado pela Toshiba, defendendo a tecnologia HD-DVD. No evento, cada um deles procurou ressaltar suas qualidades e defeitos do adversário, esperando que os consumidores elejam sua solução como a melhor, conseqüentemente expelindo do mercado a concorrente.

Mas nesses tempos em que a correspondência via e-mail, a videoconferência e outros meios digitais de comunicação já são comuns, poder-se-ia perguntar porque tantos empresários e executivos ultra-ocupados se deslocariam para ver uma feira. A resposta parece estar em áreas como a necessidade de encontros do tipo “olho no olho” para geração de confiança mútua, necessária aos negócios. Além disso, manusear um produto parece trazer àqueles que o venderão, maior certeza quanto à probabilidade de que se transforme em um sucesso comercial, ainda mais quando esses produtos não são de primeira necessidade e nem têm sua compra decidida em função de critérios objetivos – normalmente são comprados por impulso ou para satisfazer o lado criança que continuamos carregando pela vida afora .

Para os brasileiros ligados nesse tipo de produto, resta a torcida para que cheguem logo ao mercado e para que o dólar continue baixando…

Vivaldo Jose Breternitz

Professor da Universidade Mackenzie (São Paulo, Brasil) e consultor de empresas. Mestre em Engenharia de Computação, atua nas áreas de Informática, Planejamento Estratégico e Administração Geral.

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